É comum ouvir que, ao morrer, alguém “vira um anjo no Céu”. No entanto, essa não é a visão bíblica sobre o destino humano após a morte. Segundo a Escritura, homens e anjos são duas criações distintas, cada um com seu propósito dentro do plano soberano de Deus. Embora a Bíblia diga que seremos “como os anjos” em alguns aspectos, especialmente em relação à vida eterna e ao louvor a Deus, ela não afirma que nos tornaremos anjos.
A essência dos anjos e dos seres humanos compartilha algumas características, como personalidade, intelecto e responsabilidade moral, mas são realidades diferentes. Os anjos foram criados como espíritos poderosos, dotados de força e inteligência superiores aos humanos. Por outro lado, nós fomos criados à imagem de Deus, corpo e espírito unidos. Quando morremos, nosso corpo retorna ao pó, mas nosso espírito/alma permanece vivo, aguardando a ressurreição (Eclesiastes 12:7). (Saiba mais sobre a ressurreição na Bíblia clicando aqui)
Esse estado de espera é o que chamamos na teologia sistemática de “estado intermediário”. Neste período, tanto justos quanto ímpios permanecem em um estado de existência sem os seus corpos, aguardando a ressurreição final. No retorno de Cristo, cada pessoa ressuscitará: os que foram lavados no sangue do Cordeiro para a vida eterna, e os ímpios para a condenação eterna (João 5:28-29; Daniel 12:2).

Jesus disse que seríamos anjos?
Quando Jesus afirma que “na ressurreição, não se casarão nem se darão em casamento, mas serão como os anjos do céu” (Mateus 22:30), Ele esta usando o que chamamos na língua portuguesa de ‘Metáfora’. Ou seja, Ele faz uma comparação sobre a natureza da vida eterna. Nesta afirmação, Jesus não está sugerindo que nos tornaremos anjos, mas destacando que, assim como os anjos, não teremos as mesmas relações e necessidades que temos na vida terrena, como o casamento. Isso ilustra uma transformação na experiência de vida que teremos na presença de Deus.
O destino final
Para os redimidos, a esperança é gloriosa. Eles habitarão em corpos ressurretos, imortais, no novo céu e na nova terra, onde estarão na presença eterna de Deus. Sua adoração e comunhão com o Senhor serão como a dos anjos santos, em uma harmonia perfeita e eterna. Quanto aos ímpios, o destino é sombrio: junto dos anjos caídos, experimentarão o justo juízo e separação de Deus, no lugar preparado para o diabo e seus seguidores (Apocalipse 20:10-15).
A Bíblia ensina que nunca nos tornaremos anjos, pois fomos criados para um propósito distinto e para uma glória única em Cristo. Somos feitos para ser filhos e filhas de Deus, redimidos e ressuscitados, testemunhas vivas da graça divina. A vida eterna nos chama a uma eternidade de adoração e comunhão com Deus, como seres humanos glorificados, plenos e completamente realizados em Cristo.